sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Minha esposa com Alzheimer


Depoimento de um cuidador informal.

Meu nome é Toni, sou espanhol, tenho 72 anos, e cuido de minha esposa de 67 anos, com diagnóstico de doença de Alzheimer há 16 meses.

Tenho estado muito irritado. Pela manhã, levanto, faço o desjejum e ajudo minha esposa a beber o seu café e comer uma fatia de pão. Depois faço sua higiene pessoal e a ajudo a se vestir. Desde quando estou cuidando dela, nada especial havia acontecido, até que outro dia procurei as chaves do carro para levá-la ao shopping  - lá na gaveta onde sempre deixo as chaves. E lá não estavam. "Você já tomou as chaves do carro?", perguntei à minha esposa e ela disse que não. Tentei lembrar-me da roupa que usara no dia anterior, olhei nos bolsos...nada! Voltei para verificar todas as gavetas da casa, mas não encontrei. Felizmente, eu tinha um cópia das chaves que eu sempre guardo em minha caixa de ferramentas. Então, saímos como o planejado, mas com mais de uma hora de atraso. Dois dias depois, sentado no sofá, movi uma das almofadas e encontrei as chaves do carro escondidas debaixo da almofada.

O mesmo aconteceu com um par de tesouras para cortar as unhas que eu encontrei no lixo do banheiro. Fiquei furioso. Perguntei a minha mulher gritando: "Mas por que você jogou fora a tesoura?". Ela respondeu: "Não fui eu." Percebi também o desaparecimento de colheres e garfos. E descobri, em seu armário, sob sua roupa, vários jogos de talheres. Eu não posso vigiá-la o tempo todo. Ela se aproveita de um cochilo meu, ou quando estou ocupado fazendo outras coisas, para pegar coisas e escondê-las. Quando eu pergunto “você viu tal coisa?”, ela responde: “eles roubaram”. O que eu posso fazer?

Você tem alguma sugestão para Toni?
Estas perguntas podem ajudar a analisar o caso:
1. Qual é o comportamento que incomoda Toni?
2. Quais são as consequências do comportamento de sua mulher?
3. A conduta de Toni com sua esposa é apropriada?
4. Que recomendações você faria a Toni?
5. Que soluções práticas você proporia a Toni?



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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SEM RESPOSTA

Às vezes cuidadores pensam “como pode alguém rir em tempos como estes?”. Mesmo assim, rir é o melhor remédio, geralmente, para o cuidador. Estudos mostram que rir eleva o sistema imunológico, controla a pressão e libera endorfinas no cérebro que nos fazem mais felizes e, de fato, mais saudáveis. Esta historinha aconteceu nos Estados Unidos, a cuidadora – no caso, a esposa - aprendeu essa lição... para sua surpresa!

Era o terceiro dia de unidade semi-intensiva de meu  marido, depois de sua quinta cirurgia para remover uma boa parte do que restou de seus intestinos. A cirurgia levou muito mais tempo do que se esperava; Joe estava envelhecido, fraco, e não respondia.

Eu estava sentada ao lado de sua cama e duas enfermeiras tentavam repetidamente fazê-lo tossir, abrir os olhos, mexer um dedo...qualquer coisa que mostrasse que ele as estava escutando. Ele não respondia. Eu rezava a Deus, ‘por favor ajude Joe a responder...qualquer sinal de que ele esteja vivo’.

Finalmente, uma das enfermeiras dirigiu-se a mim e sugeriu que talvez eu soubesse de alguma coisa pessoal, da família, que ela pudesse tentar para estimular uma resposta. Ela disse, “Talvez, você, como filha dele, pode nos ajudar com essa informação”. Eu sorri e disse, “Eu posso te dar essa informação, claro, e obrigada pelo elogio, mas eu sou esposa dele há 43 anos, não sua filha, e nós somos mais ou menos da mesma idade”. A enfermeira olhou pra mim e disse, “Toda a enfermagem pensava que você fosse filha e até comentamos que maravilha que a filha dele está ao seu lado todo o tempo”.

Quando elas estavam dizendo como eu parecia tão jovem, uma tossezinha veio de  meu marido e todas nós arregalamos o olho. Ele não abriu os olhos, mas disse em alto e bom som, “Ela pinta o cabelo!”.
By Donna Parisi
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Anjo Lúcia


Nós percebemos como papai estava se tornando difícil. Coisas simples como sair da cama antes das duas da tarde para tomar o café da manhã, fazer a higiene pessoal e tomar os remédios foram algumas das habilidades que começamos a ter dificuldade para convencê-lo a fazer. Como cuidadores estávamos nos sentindo totalmente inadequados.

Então, Lúcia apareceu. Com sua maneira gentil e paciente ela conseguiu que papai fizesse todas as suas atividades diárias. Ela o colocou de volta à sua rotina e sua saúde definitivamente melhorou. Lúcia lidava até com coisas mais sensíveis como incontinência, de uma forma prática e eficaz.

Tirar papai de casa tinha se tornado um desafio para nós da família. Lúcia conseguiu que ele vencesse o medo de sair de casa. Ela o levou à feira da praça da República, coisa que ele não fazia há muitos anos. Ele até mesmo começou a ir aos jogos de futebol de nosso filho.

Quando vivia em Curitiba, papai trabalhou por tempo integral, como engenheiro, até os 70 anos. Seus livros e revistas favoritos são sobre ficção científica e crimes misteriosos. Ele pode ser um homem difícil de acompanhar e manter a conversa. E esta foi também uma outra área em que Lúcia foi além da sua obrigação. Enquanto papai dormia, ela lia artigos dos livros e revistas que ele recomendava, e depois discutia com ele os assuntos que havia lido. Isso significava muito para ele e também o impressionava o fato de que ela cuidava dele ao ponto de mostrar curiosidade sobre os seus interesses.

Nós também apreciávamos as habilidades adicionais de Lúcia. Ela é uma pessoa que gosta de toque e de abraço. Ela tem um maravilhoso senso de humor, que combina com o de meu pai. Ele gosta quando ela ri de suas brincadeiras provocativas e as devolve, o que o faz rir muito. Lúcia também desenvolveu um bom relacionamento com o nosso adolescente e os inúmeros amigos que o visitam e que ficam na frente da casa.

Nossa família ganhou grande conforto com Lúcia, por quem mantemos um alto nível de confiança e respeito. Nós gostamos de Lúcia sob todos os aspectos.

Eduardo P. Guimarães
Cliente Life Angels