“Meu pai morreu por conta de um enfisema pulmonar, há 17 anos. Naquela época eu não podia fazer nada. Hoje, toda vez que cuido de alguém, lembro do meu pai. Parece que estou, finalmente, dando o carinho que ele precisou no hospital. Já atendi os internos da antiga FEBEM, já cuidei de pacientes com AVC e com Alzheimer. Os meninos da FEBEM não me davam trabalho. Eles gostavam da equipe da saúde, e não reclamavam nem na hora do curativo.
Meu primeiro paciente foi um senhor que teve um AVC porque a mulher dele sofria com Alzheimer. Acho que foi de tanto sofrer com a doença da mulher que ele teve o problema. Ele não aceitava os meus cuidados, ficava descontrolado. Mas eu sempre tive paciência.
Outro paciente que ficou guardado na minha memória foi um senhor que teve Parkinson. Ele ficava muito bravo por conta da atrofia dos músculos, e não conseguia se expressar, e dizer o que queria. Ele me agrediu muitas vezes. Mas aos poucos fomos nos entendendo. Eu comecei a fazer várias perguntas, até descobrir a necessidade dele: se era ir ao banheiro, ou um livro, que a fralda fosse trocada, ou ligar a TV. É preciso manter a calma.
Mas o meu maior desafio nessa profissão não são os pacientes, e sim os outros profissionais da casa onde trabalho. Eles pensam que a cuidadora, ou a enfermeira, quer se sobressair, e se sentem diminuídos e reagem mal contra a gente. Eles precisam entender que nós não somos melhores do que elas – só temos funções diferentes na casa.
Muito cedo eu aprendi a me portar na casa do paciente: eu estou com a família, mas não sou da família. A postura é essencial – hoje eu sei qual é a hora de sair do ambiente, durante uma discussão, ou de uma comemoração, por exemplo.
Minha maior felicidade: Quando um paciente se recupera e não precisa mais de mim".
Noeli Aparecida de Almeida Sena,
cuidadora da Life Angels.
gostaria de comseguir um emprego nesta areafiz o curso mais nao to comseguindo emprego
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