quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

“O idoso também precisa ter oportunidades: para viver, amar, ser amado e envelhecer com qualidade de vida, independente de estar passando por um processo de envelhecimento bem sucedido ou patológico.”

Respeito é um direito e dever de todo ser humano, independente de sua idade, sexo, raça, crença religiosa e condição sócio-econômica. Como já ouvi dizer, é respeitando que se é respeitado”, e acho isto uma grande verdade. Como seres humanos, somos iguais, mas ao mesmo tempo diferentes. Iguais por sermos da mesma espécie, carregarmos constituição genética semelhante, sermos Filhos de um mesmo Pai, como pregam várias religiões. Somos diferentes na personalidade, na aparência física, nos gostos, nas preferências e nas atitudes. A criança, o adolescente, o adulto e o idoso precisam ser respeitados como indivíduos e em suas particularidades. Dedico aqui atenção especial ao idoso, que muitas vezes é vítima de desrespeito, negligência, omissão, ou mesmo violência física e/ou psicológica. Respeitar é aceitar, acolher, amar e querer bem.
Falamos que o idoso precisa envelhecer com dignidade, mas devemos ir além: todos nós precisamos viver e envelhecer com dignidade. Falar em envelhecimento é referir-se aos idosos de hoje e nos colocarmos no lugar de idosos num futuro a curto, médio ou longo prazo. Viver com dignidade é ter sua condição de ser humano respeitada, com qualidade de vida e sem constrangimentos (uso esta palavra num sentido bem amplo, já que muitos ainda enxergam a velhice como caduquice e vergonha em relação ao corpo, à mente e aos pensamentos envelhecidos). Envelhecer com dignidade é ter respeitada a sabedoria que pode ser adquirida com os anos de experiência de vida.
O idoso também precisa ter oportunidades: para viver, amar, ser amado e envelhecer com qualidade de vida, independente de estar passando por um processo de envelhecimento bem sucedido ou patológico. E quem pode oferecer estas oportunidades ao idoso? Todos nós: a sociedade em geral, que respeita e insere o idoso em seu meio, a família que cuida integralmente do idoso e faz esforços por sua qualidade de vida e, principalmente, devemos cobrar das autoridades a concessão destas oportunidades. Para envelhecer bem o idoso precisa de políticas públicas de saúde voltadas para a prevenção, a promoção e a reabilitação da saúde específicas para esta faixa etária; precisa ter segurança, acesso à educação, sempre que desejar. Necessita de uma Previdência que lhe garanta condições para um envelhecimento de qualidade. Enfim, o idoso precisa que lhe concedam uma série de oportunidades que, na realidade, já seriam dele por direito.
Por isto o nosso incessante apelo, daqui do Cuidar de Idosos para que lutemos pelos direitos dos nossos idosos e pelos nossos próprios direitos daqui a uns anos.

“Luciene C. Miranda – Artigo apresentado e publicado no Encontro da Memória no VI Congresso Brasileiro de Alzheimer”

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